05/04/2008

Antigo da Semana:Ford Corsel!!!


Uma vida cheia de sucessosA década de 1960 foi marcada por mudanças. As ''batalhas'' da Guerra Fria foram evidenciadas, o estilo americano de vida se viu mais presente em nossas vidas, bens de consumo ganharam importância, entre outro fatos. Por aqui, saímos dos "anos dourados" para os "anos de chumbo", com a chegada dos militares e sua respectiva ditadura em 1964 e em 1968 com o AI-5. No campo das artes, vimos a popularização da tevê, do samba, da bossa nova, da tropicália, da jovem guarda e o embrião de grandes cantores e cantoras brasileiros, como Roberto e Erasmo Carlos, Rita Lee, Caetano Veloso, Chico Buarque e mais uma infinidade de futuros clássicos. Internacionalmente, vimos o surgimento da maior banda de todos os tempos: Os Beatles. Claro que essas transformações também atingiram o ramo automotivo mundial e o brasileiro. Lá fora, nasceram Mustang, Camaro, Corolla e outros grandes sucessos. Aqui, vimos o boom da frota e com a chegada dos primeiros carros de passeio nacionais: DKW/Vemag, Dauphine/Gordini, Fusca, Galaxie, Opala e um que, assim como os outros já citados, também fez história e que irei contá-la a seguir. E esse carro é o Corcel, cujo nome, que significa cavalo, já indicava a velocidade que iria conquistar os consumidores. Gestação e nascimentoNo meio da década, a Willys estava desenvolvendo um projeto de um carro médio com a líder do mercado francês, a Renault. O esboço do carro baseava-se em um modelo de dimensões compacto-médias, econômico - o que já seria uma previsão para a 1º grande crise de petróleo em 1973-, bem acabado, com bom espaço interno e não necessariamente caro. Era o projeto "M", que na França originaria em 1970 o Renault R12, modelo bem-sucedido em todo o continente europeu. No Brasil, em 1968, a Ford, após ter adquirido a Willys-Overland do Brasil, assumindo as linhas de montagem de Rural, Jeep e Aero-Willys, decidiu produzir o projeto "M". Seria um carro para entrar na lacuna de modelos de grande abrangência no nosso mercado, uma vez que ela produzia a “banheira-ambulante” Galaxie, destinada a endinheirados e a linha de utilitários e caminhões F. Nascia assim o Corcel, que seria lançado no VI salão do automóvel de São Paulo em dezembro de 1968, junto com VW 1600 Sedan, vulgo "zé-do-caixão" - seu concorrente direto - e Chevrolet Opala, de segmento superior.Com linhas simples, clássicas e com 4 portas, o Corcel possuía motor 1.3 com apenas 68 cavalos, insuficiente para os mais de 900 quilos do modelo. Apesar do desempenho não muito empolgante, o carro era robusto, resistente e de ótima dirigibilidade e estabilidade, graças à sua estrutura monobloco, tração dianteira (esta mais moderna do que a do Gordini, de quem herdou parte da mecânica) e freios bem acertados. A suspensão é um caso à parte. A dianteira era independente, com dois braços transversais superpostos. Como a mola helicoidal ficava em cima do braço superior e se apoiava na caixa de roda, um pouco mais acima, acreditava-se que se tratava de uma suspensão McPherson. Era uma suspensão muito robusta, macia, transmitindo segurança e conforto. O acabamento era decente, não como nos futuros LDO e Ghia, mas não decepcionava. Com espaço traseiro razoável, porta-malas mediano e visibilidade acima da média, o Fordinho impressionava também pela posição de dirigir, uma das melhores da época e elogiada até o fim da produção. Algo diferente e inovador era a abertura do capô, como nos Jaguares. A Ford dizia que era para privilegiar a segurança, mas prejudicava a praticidade, pois a abertura deveria ser feita lateralmente.Fruto disso, foi eleito "Carro do Ano 1969" pela revista AutoEsporte e já no primeiro mês de fabricação, 4500 unidades foram vendidas. Era um sucesso. Em 1969, veio a versão mais bem-sucedida: a cupê 2 portas com desenho fastback e linhas harmoniosas.Os primeiros passos e quedasLogo no começo da sua histórica trajetória, o Corcel enfrentou um grave problema: um recall. O alinhamento do sistema de direção trazia um desgaste precoce dos pneus, que ainda eram oriundos de construção diagonal. Isso sem contar nas juntas homocinéticas que também davam muita dor de cabeça aos motoristas do Ford. Em 1970, ano do tri brasileiro, houve uma troca no comando da FoMoCo (Ford Motor Company) brasileira. Um americano assumiu a direção da multinacional e solucionou tal problema no Corcel rapidamente. Os consertos eram feitos gratuitamente nas autorizadas Ford. Viu-se que o desalinhamento da direção estava relacionado diretamente à difícil regulagem da convergência das rodas dianteiras. O erro de cálculo foi resolvido e quase 65 mil carros foram chamados de volta. Eis aí o primeiro grande recall brasileiro. Mas também nem só de pêsames foi marcado o ano de 1970 para a linha Corcel. Em março, a linha era acrescida da perua Belina, que acumulava a função de carro-família e também de pequeno utilitário urbano. A "carrinha", como se fala em Portugal, obteve muito sucesso e conquistou um público fiel.Entrando no ano seguinte, Tim Maia estourava nas rádios e programas dominicais com sua balada romântica "Você" e, o pequeno da Ford se consagrava. Além disso, era lançado a versão esportiva, GT, baseada na configuração cupê 2 portas. Grade diferenciada, capô preto fosco, instrumentação completíssima, teto de vinil, rodas esportivas, faixas e retrovisores pretos eram as modificações estéticas dessa versão que era sonho de todo jovem homem da época, além de casar com Wanderléia, a ternurinha. Motor com carburação dupla e coletores especiais completavam as modificações mecânicas que não traziam um desempenho convincente para um esportivo. O problema foi resolvido meses depois, com o upgrade dessa versão, o Corcel GT XP, de desempenho superior. O motor passou de 1.3 para 1.4 gerando 85 cavalos brutos.Infância e puberdadeEm 1972, a Ford comemorava seu um milhão de unidades vendidas, principalmente pelo fato Corcel por ter a linha mais completa do Brasil: sedã 4 portas, cupê 2 portas, Belina e GT XP. Além disso, a station wagon ganhou uma opção de acabamento luxuoso, com painel imitando madeira e pneus de faixa branca.Um ano depois, em 1973, a Ford adotou grade nova, novo capô, lanternas e pára-lamas traseiros e motor do GT 1.4 para a linha toda. O esportivo recebia pequenas e inexpressivas atualizações, como mudanças na disposição das faixas decorativas, nova grade e faróis auxiliares retangulares, antes circulares. Para 1974, nenhuma mudança significativa – somente mais cores no catálogo.Logo mais, em 1975, a linha recebia atualizações mais profundas atrás e na frente, junto com o interior, também remodelado. Tais modificações foram uma tentativa de manter a linha atualizada, visto que tinha sido lançado há pouco tempo o seu primeiro concorrente de verdade, o moderno e controverso Volkswagen Passat. O Dodge 1800 não era páreo para o Corcel. No mesmo ano, era lançada a luxuosa versão LDO, série também disponível nos modelos Ford americanos. Requinte era o seu nome: possuía interior monocromático em marrom ou bege, teto de vinil, rodas esportivas prateadas e grade cromada.Apesar das constantes mudanças, o Corcel estava ficando pra trás. Sua mecânica já era considerada antiga, seu desenho idem e era preciso uma reforma completa. Desde 1976, protótipos e mulas já eram flagrados andando em nossas estradas, mas o carro só seria lançado realmente em fins de 1977.Emancipação e vida adultaEnquanto a TV a cores “bombava”, e a disco music fazia-nos dançar nas pistas, em 1977, eis que surge mais um sucesso, o Corcel II. Dotado de carroceria totalmente nova e revista, com linhas mais esportivas, limpas e aerodinâmicas, o novo Ford parecia maior. Só parecia. Com preço base rondando os 80 mil cruzeiros, era mais barato que o também bem sucedido Passat. A mecânica era a mesma do antigo, porém revista. Isto é, agilidade não era o seu forte. Era bem econômico, um dos principais atributos do carro até o fim de sua vida. Seu propulsor 1.4 era subdimensionado para os quase 950 quilos do carro. Com velocidade máxima de 135 km/h, ele partia da imobilidade e chegava aos 100 km/h em mais de 20 segundos, números já ruins naquela época. Mas, em compensação, ele dava um banho em espaço, bom acabamento e economia. Um detalhe interessante era o ventilador do motor que desligava quando a temperatura era considerada normal e dava forças extras para o pequeno motor de origem francesa. A segurança também foi priorizada. O Corcel II foi o primeiro carro nacional a ter de série o pára-brisa laminado. Freios, suspensão e câmbio eram bons e seguiam a cartilha do antigo modelo: priorizavam o conforto ao rodar, sem interferir na segurança. Espaço interno também era ampliado, tanto no Corcel quanto na Belina, desde 1975 com concorrentes de peso: Caravan e Variant II. Ruídos internos eram parcialmente extinguidos também. Resumindo: o Corcel era um carro confortabilíssimo, dirigindo e andando, apesar da anemia, que seria resolvida em termos mais tarde. A Belina também teve mudanças: o enorme vidro traseiro lateral, privilegiava a visibilidade, mas não tinha abertura. Agora, como novidade, havia a abertura interna, com uma divisória seguindo o desenho da carroceria e com vidro basculante, ficando mais harmonioso. Era uma opção para as versões mais sofisticadas. Portanto, a linha agora era constituída das versões L, LDO e GT, todas com motor 1.4. A luxuosa vinha mais requintada ainda, com apliques de madeira e assoalho acarpetado. O GT estava mais "urbano" que antes, com pequenas diferenças para as versões normais. Destaque para o volante esportivo de três raios. Para 1979, ganhou motor 1.6 e câmbio manual de cinco marchas, este que só o sofisticado Alfa-Romeo possuía na época. Era um 4+E normal, porém com relação entre a quarta e quinta marchas, menor. Visava economia e silêncio interno. O desempenho aumentou consideravelmente, passando pra 145 km/h de máxima e 0-100 em 18 segundos aproximadamente. Era uma mudança e tanto. Com esses números ele já se aproximava do Passat 1.6 que tinha 160km como velocidade máxima e fazia de 0 a 100 em 15 segundos. O motor 1.4 também continuava disponível para a linha, para quem buscava uma economia maior ainda. Na virada da década, com a novela da Rede Globo, Dancin' Days, no auge do sucesso, chega o motor à álcool. Era o 1.6. Era considerado um dos melhores motores da época, tanto na gasolina, quanto no combustível vegetal. Econômico para os padrões etílicos, ele pegava fácil, não apresentava corrosão prematura, nem esquentava, nem menos vibrava demasiadamente. Era quase perfeito. O desempenho era melhor que o da versão movida à combustível fóssil, naturalmente. Tinha respostas ágeis e retomadas mais vigorosas, finalmente, mas sem muita empolgação perto dos motores de alguns dos concorrentes. A identificação do modelo era feita por um adesivo atrás e por um pequeno logotipo na lateral do carro, com gotinhas azuis e um "álcool" pequeno inscrito. Além do fim do anêmico motor 1.4 para a Belina. Em março do mesmo ano, é lançada a versão Hobby, de acabamento mais simplório, com itens do GT, baseada na versão L, sendo assim uma versão intermediária, disponível também com os propulsores 1.4 e 1.6 litro. A Ford repetiu esse gesto em 1994 quando usou itens do antigo Escort XR-3 no Hobby básico. O coroaEm 1981, o Galaxie/Landau/LTD já estava sentindo as dores da idade e precisava de um substituto. Porém, eram tempos de vacas magras e de recessão de petróleo. Com a saída do pony-car Maverick dois anos antes, uma parcela do mercado dele tinha ficado sem opção dentro da marca americana. Conseqüentemente, era preciso um carro com luxo, requinte, espaço, todavia econômico, uma coisa que definitivamente, o Landau não era. O Maverick até era quando dotado de motor 2.3, mas não tanto quando o necessário para os novos padrões. A Ford, então, chegou a fazer testes com o Taunus europeu, mas desistiu. Testou também um Corcel alongado com motor 2.3 OHC, porém sairia muito caro. A saída foi fazer uma adaptação luxuosa do Corcel II, com mecânica 1.6 a gasolina, com requinte, espaço e acima de tudo, economia de combustível. Nascia assim, o Del Rey, marcante carro da Ford que é, assim como a linha Corcel, é lembrado até hoje. Diferentemente do Corcel, o Del Rey era um sedã de verdade, com traseira acentuada, bem definida. Dotado inicialmente de 4 portas (complementando o Corcel II, que não tinha essa configuração), o modelo com motor 1.6 do Corcel e de embriões Renault, não tinha desempenho empolgante. Era apenas o necessário para viajar a 80 km/h tranquilamente, uma vez que naquela época os limites de velocidade rondavam ao redor deste número. Por dentro, sobrava requinte: tinha portas com tecido aveludado, bancos macios e confortáveis, assoalho acarpetado, painel bem acabado e quadro de instrumentos completíssimo - de fundo azul duvidoso, mas muito bonito. Além de opção de teto-solar, que complementava o visual luxuoso do novo Ford. Sofisticação era o nome dele. Esteticamente, lembrava o Corcel se visto de frente, porém com grade vertical em alusão ao gigante Landau, que sairia de cena em 1983. De resto, tudo era novo. Era o mais atual modelo do país em 1981. Uma pena que ele perdeu esse posto logo em 1982, com a chegada do Monza, um dos seus principais concorrentes, junto com Passat LSE, Opala e Alfa-Romeo. Existiam duas versões de acabamento: a top Ouro e a básica, que ficou conhecida no mercado, exatamente como na nomenclatura do Tempra 1991, como Prata. Ar condicionado, vidros e travas elétricas, rodas de alumínio e toca-fitas complementavam a lista dos equipamentos de luxo do carro.Logo após seu lançamento, foi lançado a versão "cupê" duas portas, graças ao nosso maluco mercado. Foi um sucesso, fechando entre os 10 modelos mais vendidos já no primeiro ano, em todas as versões. Em 1983, atingiu a 7ª posição. O Corcel, apesar do lançamento do Del Rey, continuou firme e forte se tratando de vendas. Fechou o ano de 1981 em quarto lugar. Em 1982, chega a Belina a álcool - tão bem falada quanto o seu progenitor. E junto com isso, chega a Del Rey Scala, versão perua do sedã luxuoso, sem grandes diferenças.Também em 82, chega o Del Rey a álcool, além da transmissão automática eletrônica de 3 velocidades para a versão Ouro. Algumas versões ''Prata'', saíram equipadas com esse câmbio, mas, entretanto, são raríssimas. Logo após, chega no mercado a segunda "picapinha" retratando um gosto até hoje cultuado no Brasil: o de picapes pequenas. E o nome dela era Pampa, baseada no Corcel II. Ela vinha com o conforto interno do Corcel e caçamba maior que a da concorrente, no caso, a Fiorino/City, baseada no 147, da Fiat. A suspensão era adaptada para trabalho, mas sem prejudicar a segurança. Fez muito sucesso. Tanto é que a GM e a VW, seguiram o caminho dela com a Chevy 500 e Saveiro, que chegaram ao mercado em 1984 e 1982, respectivamente. Ao mesmo tempo, a linha Corcel tinha a suspensão reforçada, garantido mais firmeza no anda-e-pára urbano. Meia-idadeEm 1984, o motor CHT, introduzido no Escort, foi disponibilizado para a linha Corcel e Del Rey. Baseado no antigo motor Renault, o novo propulsor possuía melhor desempenho e menor consumo. Também, no mesmo ano, é lançada a problemática Pampa 4x4 para substituir (em termos) o recém-saído de linha, Jeep. Com um sistema confuso, a versão com tração nas quatro rodas durou bastante, até meados da década de 90. No meio de 1984, já para a linha 1985, o Corcel é reestilizado e perde o "II" do nome. Por fora, ele recebe uma "delreylinização", ficando mais parecido com o irmão requintado, que também fora reestilizado ao mesmo tempo, ficando mais luxuoso e exclusivo ainda, ganhando a opção de direção hidráulica e rodas aro 14. Por dentro do "novo" Corcel, instrumentos e painel da versão mais básica do Del Rey 1984. Era uma tentativa de se mantê-lo em pé e atualizado, perante a concorrência cada dia mais renovada. Apesar disso, o Corcel continuaria a perder mercado. As versões ficariam dividas entre: L e GL(Corcel) e GLX e Ghia(Del Rey). No final de 1984, já com computadas as vendas do Escort, o Corcel caiu de nono para décimo terceiro colocado. A Belina, ficou mais atrás. Antes de cair, em 1985, foi lançada a também problemática Belina 4x4, já reestilizada. Inovadora e polêmica, foi um fracasso, tanto de vendas, quanto de mecânica. Só dava dor de cabeça, graças à má qualidade da adaptação da tração ao conjunto da perua. Em 21 de julho de 1986 o último Corcel deixava as linhas de produção de São Bernardo do Campo, SP. Marcante pelo conforto, economia e robustez, foram fabricadas e vendidas quase 1.4 milhões de unidades, sendo considerado um dos maiores sucessos em nosso mercado.Para 1987, mudanças na linha: o Del Rey ganhou as versões deixadas pelo Corcel, L e GL, a Scala passa a ser chamada de Belina e a Pampa ganha versão luxuosa Ghia – inconcebível na época, pois, afinal quem iria querer um acabamento refinado para trabalhar? É, a Ford já pensava no passeio "on-road" desses carros, que só ganharia espaço recentemente nas versões Adventure (Fiat Strada), Offroad (Chevrolet Montana) e CrossOver (VW Saveiro). Terceira idade ou seria melhor idade?Com a Autolatina já em vigor, que beneficiou muito mais a Volks que a Ford na visão de muitos, em 1989 para a linha 1990, chegou o moderno e competente motor AP 800, ou AP-1800/1.8 litro, que estava disponível para os modelos Ford. Todos aproveitaram, mas o propulsor mais potente caiu como luvas para a linha Del Rey. Sedento por melhor desempenho, a nova versão 1.8 conseguiu agradar a todos, unindo também o bom câmbio VW. Então o Del Rey ficou completo: bonito, apesar de já defasado, econômico, espaçoso, bem acabado e agora, com bom desempenho. Escort e Pampa também usaram esse motor. Em troca, os modelos mais básicos da VW usariam o propulsor CHT, denominado pela VW de AE-1600, que mesmo não sendo uma Brastemp em termos de desempenho, agradava pela robustez e principalmente, pela economia. Também junto com o motor mais vitaminado, veio uma suspensão mais forte, para não afundar com cargas mais pesadas, visto que a Belina em suas versões mais básicas também era usada como pequeno utilitário.Infelizmente, apesar de todo o seu luxo, exuberância e conforto, o Del Rey ficou para trás em modernidade. A concorrência contava com Santana e Monza renovados e o novíssimo Tempra. O fimE não deu mais pra ele. Em meados de 1991, o Del Rey saia de cena com quase 350 mil unidades produzidas e vendidas. No lugar dele, veio o Versailles, Santana com carcaça e acabamento Ford, que não obteve nem o sucesso nem o carisma do Corcel e do Del Rey.A Pampa continuou em linha até o começo de 1997, como uma opção racional destinada quase exclusivamente para o trabalho. Alguma semelhança com a atual Courier é mera coincidência.Para concluir, poucos carros foram tão bem sucedidos quanto à linha Corcel. Até hoje ela é relembrada por muitos como uma linha completa de veículos, sempre robustos, espaçosos e econômicos. A Ford também fez história. Com pouquíssimos defeitos e problemas, esses modelos atravessaram quase três décadas de carreira, levando pessoas para o trabalho, viajando com a família ou até colhendo trigo no campo. Modelos feitos para o brasileiro. E tudo que é bom, um dia acaba. E essa regra não fugiu à linha Corcel.

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